Lutador teve atitude antidesportiva após duelo contra Josh Samman, em julho. Ele também terá que cumprir 40 horas de serviço comunitário antes de poder voltar a lutar
O brasileiro Caio Monstro foi julgado nesta quinta-feira pela Comissão Atlética de Nevada por atitude antidesportiva, após ser derrotado por Josh Samman no card do TUF 21 Finale, em 12 de julho . Depois do confronto, Caio não quis cumprimentar o adversário e chegou a cuspir sangue na direção do rival. O lutador terá que prestar 40 horas de serviços comunitários ensinando jiu-jítsu e ficará suspenso por seis meses (a partir da data da luta). Ele também terá que apresentar documentação provando que cumpriu a pena para obter uma nova licença para lutar no estado de Nevada.
Cumprindo suspensão temporária desde agosto, o atleta não compareceu à reunião, mas participou por telefone. Ele foi representado na audiência pela advogada Ana Cláudia Guedes, que o auxiliou como intérprete.
- Eu tive lesões que precisaram de cirurgia, após a minha última luta, e ainda estou me recuperando, fora o custo da viagem, por isso não pude estar presente - explicou o lutador por telefone.
A denúncia contra o brasileiro foi apresentada pelo vice-procurador geral do Estado de Nevada, Christopher Eccles, que classificou a conduta de Caio após o duelo como muito antidesportiva. Árbitro do combate, John McCarthy, também compareceu à audiência para explicar a sua versão dos fatos e foi precedido pela apresentação do vídeo do duelo, que mostrou o exato momento em que Caio cospe em Samman e, logo em seguida, o árbitro conversando com ele perto da grade do octógono.
- Josh Samman me disse, ainda dentro do vestiário, que estava preocupado porque Caio, às vezes, faz coisas que ele considerava sujas e eu expliquei que ele poderia ficar tranquilo, porque eu estava no controle da situação. Quando a luta aconteceu, depois que o Caio quebrou o nariz, o Josh tomou controle da situação e aplicou o mata-leão e eu tive que interromper o duelo. Assim que a luta acabou, eu separei os lutadores. Você pode ver que eu separei o Josh para me certificar de que o Caio estava bem. Josh veio e estendeu a mão, o Caio estendeu a mão de volta, mas acabou virando, cuspindo e assoando o nariz no Josh ao mesmo tempo. A maioria do sangue acabou pegando em mim, o que não teve problema. Eu tenho um português muito ruim, mas disse a ele que aquilo não era bom. O córner do Samman ficou bastante irritado e eu acabei conversando com o Bob Bennett, diretor da NAC, ao final do evento - explicou McCarthy, afirmando que entendeu que Caio estava chateado pela derrota, mas que ele tinha responsabilidade e deveria representar o esporte da maneira adequada.
Em sua defesa, Caio leu um depoimento que já havia sido enviado à comissão, no qual ele pedia desculpas pela sua conduta:
- Eu estava muito cansado, derrotado e muito frustrado e tive um comportamento absurdo, sem pensar, mas me dei conta disso na mesma hora. O meu adversário aceitou as minhas desculpas ainda dentro do octógono. Não quero me justificar, apenas pedir desculpa. Hoje me resta pedir perdão aos demais, principalmente ao árbitro “Big John”, que é uma pessoa que eu respeito demais nesse esporte, também quero pedir desculpas à comissão e aos meus demais companheiros no UFC, pois eu nunca quis desrespeitar o esporte como homem ou como atleta. Luto MMA desde 2009, estou no UFC desde 2012 e nunca tive nenhum problema desse tipo ou nenhuma ação disciplinar contra mim por essa razão - declarou o atleta, garantindo que aprendeu com o erro e que jamais irá repeti-lo.
Questionado sobre o valor recebido no duelo, Caio explicou que sua bolsa foi de US$ 20 mil (R$ 78 mil), valor do qual ele gastou US$ 17 mil ( cerca de R$ 66 mil) em treinamentos, incluindo a passagem do Brasil para Denver (pois o UFC teria apenas custeado a passagem de Denver para Las Vegas, ida e volta). Caio também lembrou que teve despesas com a cirurgia feita após o combate.
A promotoria, então, pediu a punição financeira mínima, pois o propósito da audiência disciplinar já teria sido alcançado com o arrependimento do lutador. A punição aprovada por unanimidade foi a de 40 horas de serviço comunitário mais suspensão de seis meses, a contar a partir da data da luta. O brasileiro não recebeu punição financeira.
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