Translate

Pesquisar noticias

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Caio Monstro é suspenso por seis meses após cuspir em rival no Ultimate

Lutador teve atitude antidesportiva após duelo contra Josh Samman, em julho. Ele também terá que cumprir 40 horas de serviço comunitário antes de poder voltar a lutar


O brasileiro Caio Monstro foi julgado nesta quinta-feira pela Comissão Atlética de Nevada por atitude antidesportiva, após ser derrotado por Josh Samman no card do TUF 21 Finale, em 12 de julho . Depois do confronto, Caio não quis cumprimentar o adversário e chegou a cuspir sangue na direção do rival. O lutador terá que prestar 40 horas de serviços comunitários ensinando jiu-jítsu e ficará suspenso por seis meses (a partir da data da luta). Ele também terá que apresentar documentação provando que cumpriu a pena para obter uma nova licença para lutar no estado de Nevada.
Cumprindo suspensão temporária desde agosto, o atleta não compareceu à reunião, mas participou por telefone. Ele foi representado na audiência pela advogada Ana Cláudia Guedes, que o auxiliou como intérprete. 
- Eu tive lesões que precisaram de cirurgia, após a minha última luta, e ainda estou me recuperando, fora o custo da viagem, por isso não pude estar presente - explicou o lutador por telefone.
Audiência Caio Monstro Comissão Atlética de Nevada NAC (Foto: Evelyn Rodrigues)
A denúncia contra o brasileiro foi apresentada pelo vice-procurador geral do Estado de Nevada, Christopher Eccles, que classificou a conduta de Caio após o duelo como muito antidesportiva. Árbitro do combate, John McCarthy, também compareceu à audiência para explicar a sua versão dos fatos e foi precedido pela apresentação do vídeo do duelo, que mostrou o exato momento em que Caio cospe em Samman e, logo em seguida, o árbitro conversando com ele perto da grade do octógono.
- Josh Samman me disse, ainda dentro do vestiário, que estava preocupado porque Caio, às vezes, faz coisas que ele considerava sujas e eu expliquei que ele poderia ficar tranquilo, porque eu estava no controle da situação. Quando a luta aconteceu, depois que o Caio quebrou o nariz, o Josh tomou controle da situação e aplicou o mata-leão e eu tive que interromper o duelo. Assim que a luta acabou, eu separei os lutadores. Você pode ver que eu separei o Josh para me certificar de que o Caio estava bem. Josh veio e estendeu a mão, o Caio estendeu a mão de volta, mas acabou virando, cuspindo e assoando o nariz no Josh ao mesmo tempo. A maioria do sangue acabou pegando em mim, o que não teve problema. Eu tenho um português muito ruim, mas disse a ele que aquilo não era bom. O córner do Samman ficou bastante irritado e eu acabei conversando com o Bob Bennett, diretor da NAC, ao final do evento - explicou McCarthy, afirmando que entendeu que Caio estava chateado pela derrota, mas que ele tinha responsabilidade e deveria representar o esporte da maneira adequada. 
Big John McCarthy também depôs na audiência para julgar Caio Monstro (Foto: Evelyn Rodrigues)
Em sua defesa, Caio leu um depoimento que já havia sido enviado à comissão, no qual ele pedia desculpas pela sua conduta:
- Eu estava muito cansado, derrotado e muito frustrado e tive um comportamento absurdo, sem pensar, mas me dei conta disso na mesma hora. O meu adversário aceitou as minhas desculpas ainda dentro do octógono. Não quero me justificar, apenas pedir desculpa. Hoje me resta pedir perdão aos demais, principalmente ao árbitro “Big John”, que é uma pessoa que eu respeito demais nesse esporte, também quero pedir desculpas à comissão e aos meus demais companheiros no UFC, pois eu nunca quis desrespeitar o esporte como homem ou como atleta. Luto MMA desde 2009, estou no UFC desde 2012 e nunca tive nenhum problema desse tipo ou nenhuma ação disciplinar contra mim por essa razão - declarou o atleta, garantindo que aprendeu com o erro e que jamais irá repeti-lo. 
Questionado sobre o valor recebido no duelo, Caio explicou que sua bolsa foi de US$ 20 mil (R$ 78 mil), valor do qual ele gastou US$ 17 mil ( cerca de R$ 66 mil) em treinamentos, incluindo a passagem do Brasil para Denver (pois o UFC teria apenas custeado a passagem de Denver para Las Vegas, ida e volta). Caio também lembrou que teve despesas com a cirurgia feita após o combate. 
A promotoria, então, pediu a punição financeira mínima, pois o propósito da audiência disciplinar já teria sido alcançado com o arrependimento do lutador. A punição aprovada por unanimidade foi a de 40 horas de serviço comunitário mais suspensão de seis meses, a contar a partir da data da luta. O brasileiro não recebeu punição financeira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário