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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Patricio Pitbull elogia Aldo e diz que teria "pavio curto" contra McGregor

Campeão peso-pena do Bellator espera que brasileiro vença combate, mas acredita que irlandês seja um mal necessário ao esporte: "Ele traz visibilidade para a divisão"


Patrício Pitbull (Foto: Reprodução/ Facebook)
Campeão peso-pena do Bellator, Patrício Pitbull faz, no próximo dia 6 de novembro, a sua terceira defesa de cinturão, em St. Louis, no Missouri (EUA). O adversário é o americano Daniel Straus, com quem o brasileiro tem um histórico de competitividade. 
Tal rivalidade, no entanto, nem de longe lembra o clima entre o também campeão peso-pena José Aldo e o campeão interino Conor McGregor. Atletas da organização rival, o UFC, os dois têm protagonizado cenas constantes de provocações e discussões. E Pitbull afirma que, se estivesse no lugar de Aldo, não ia conseguir se controlar com as coisas que o irlandês faz:
- É complicado. Tem até um carinha tentando ser igual ao Conor no Bellator, mas não vai chegar perto, não. Eu ia adorar ter alguém assim como meu adversário, porque faz parte do esporte. Mas, às vezes, o sangue sobe e eu tenho o pavio muito curto, não sei se daria certo comigo. Aldo é um cara muito frio, controlado... teve uma hora que o McGregor tomou o cinturão dele e ele tentou partir para a briga, mas é complicado, né? Se fosse comigo ali, não sei se tinham conseguido separar não. Eu iria pra cima com sangue no olhos (risos) - disse, em entrevista ao Combate.com por telefone.
O potiguar, que acompanha o esporte em geral, está confiante de que Aldo conseguirá derrotar McGregor dentro do octógono, mas vê o falastrão como um mal necessário ao esporte:
- Aldo é um supercampeão que eu admiro, é um cara que está sem perder há bastante tempo. Muitas pessoas comparam a gente, dizendo que estamos liquidando a divisão há muito tempo, ele no UFC e eu no Bellator. Mas eu aposto que o Aldo vai vencer essa luta contra o Conor McGregor, porque ele tem um legado muito extenso. Já o Conor faz um outro papel, é um cara engraçado e faz a parte dele de ator, vende a luta muito bem e isso é necessário para as organizações, por isso que ele está disputando o título. O único cara duro que o Conor enfrentou foi o Chad Mendes, mas foi um Chad com duas semanas de preparação, que ele venceu para conquistar uma oportunidade legítima de disputar o cinturão real, contra o José Aldo. Porém, o legado do Conor vai acabar nessa luta. O Aldo vai chegar lá e vai destruí-lo, com certeza. De qualquer forma, é preciso reconhecer que o esporte precisa de caras como o McGregor - completou.
No bate-papo, Patrício também falou das mudanças na preparação para o duelo contra Straus, da pressão por manter o cinturão e da ida de Bethe Correia, atleta de sua academia, a Pitbull Brothers, para um período de treinamentos na AKA (American Kickboxing Academy), em San José, nos EUA. Confira:

Patricio Pitbull, lutador de MMA - campeão pesos-pena do Bellator (Foto: Jocaff Souza/GloboEsporte.com)

Como foi a sua preparação para esse duelo? Teve alguma diferença das preparações feitas anterioremente na sua carreira?

Eu tive 10 semanas de preparação para essa luta e mudei algumas coisas no meu treinamento. Estou contando com a ajuda de um cientista, que me ajudou nesse treinamento. Treinei com a frequência cardíaca monitorada. Antigamente, eu treinava tudo todos os dias, como se eu tivesse 19 anos ainda, mas eu tenho 28, são 11 anos de carreira, fora o tempo como amador. Então, dessa vez treinei de uma forma mais inteligente. Tinha dia que eu treinava duro, tinha dia que o treino era moderado, no outro dia era mais leve, então estou com o corpo muito saudável para essa luta, pois nas minhas últimas três lutas eu acabei indo com o corpo bastante danificado para o combate. Dessa vez estou quase 100%, porque 100% é impossível. O nosso treinamento é tão duro, que você acaba sofrendo várias micro lesões. É inevitável.
Você já enfrentou o Daniel Straus por duas vezes e o derrotou em ambas as oportunidades. Como se preparar mentalmente para essa trilogia?

Ele é um cara que eu já enfrentei e venci duas vezes: uma por decisão unânime e a outra por finalização, em uma luta bastante apertada. Dessa vez, no entanto, eu vou querer o nocaute. Estou entrando lá com tudo o que posso e espero que isso aconteça. Sei que o derrotei duas vezes, mas foram lutas bastante apertadas, bastante parelhas, então, dessa vez, eu tenho que mostrar uma maior superioridade, e essa é a minha motivação. Eu não quero que seja uma luta equilibrada, quero ser superior, pois eu sou o campeão. Essa é a minha motivação principal, quero acabar com essa luta de uma vez.
Quais os pontos mais fortes do Straus?
Ele é um lutador muito alto, ao contrário de mim, que talvez seja o mais baixo da categoria na organização. Ele também é canhoto, é um cara difícil de se enfrentar, é especialista em wrestling, mas vem desenvolvendo a sua parte em pé nos últimos anos muito bem, e hoje ele treina com um campeão mundial de boxe, então está muito bem na trocação, bate com muita violência. Daniel é um cara que, nos últimos quatro anos, mostrou uma evolução fantástica, é um dos lutadores mais completos que eu já enfrentei e tem tudo para a luta pegar fogo mais uma vez. 
Bethe Correia e Patricio Pitbull (Foto: Reprodução / Instagram)
Você não perde um duelo desde 2013 e vai fazer agora a sua terceira defesa de cinturão. Sente alguma pressão para ter uma performance ainda mais avassaladora que a sua última, contra Daniel Weichel?

O campeão é sempre o alvo de tudo, não só dos desafiantes da categoria, mas também da imprensa e da organização, porque ele representa o que há de melhor naquela divisão. Comigo não é diferente. Mas eu estou bem tranquilo, sou o campeão mundial, tenho 11 anos como profissional e não vou deixar esse cinturão escapar das minhas mãos.

Como você recebeu a notícia de que a Bethe Correia, que é uma atleta da Pitbull Brothers, estava indo para os EUA passar uma temporada na AKA?


A gente incentivou a Bethe a ir. Ela foi fazer um intercâmbio lá, porque precisava dessa experiência, mas ela ainda é uma atleta da Pitbull Brothers. A Bethe ainda é uma iniciante, começou na luta há pouco mais de três anos e meio, então ela precisava viver algumas coisas que ainda não tinha vivido e foi com total apoio nosso. Tem vários lutadores que vêm para cá e a gente faz um tipo de parceria e eles acabam seguindo o seu caminho, mas a Pitbull Brothers hoje tem a mim, meu irmão, a Bethe, o Leandro Higo, e vários outros lutadores que devem despontar em breve.

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