Lutador admite baixo rendimento durante o ano, mas passa por cima de demissão com oportunidade em evento brasileiro: "Sou apaixonado pelo MMA, não pelo UFC"
Muitos lutadores nos dias de hoje compartilham de um mesmo desejo: chegar ao UFC. Porém, uma vez na organização, nem todos conseguem obter 100% do rendimento desejado. Foi esse o caso de Luiz Besouro. Demitido após duas derrotas no Ultimate - uma por desclassificação e a outra por nocaute -, o brasileiro levantou a cabeça e não perdeu o rumo da carreira. Neste domingo, às 18h, com transmissão do Canal Combate, o ex-participante do "The Ultimate Fighter" volta ao octógono no Shooto Brasil, no Rio de Janeiro.
Enquanto a maioria pensa na dificuldade de se reerguer após a saída de uma das maiores organizações da atualidade, Besouro preferiu acreditar no sonho de menino e continuar o caminho até chegar ao objetivo principal: ser campeão do mundo. Para isso, apostou em um só sentimento: o amor pelo MMA.
- Não estou pensando num recomeço. Será uma continuação da minha carreira. Eu continuei, estou seguindo. Sei meu foco principal, meu objetivo, e só paro quando chegar lá. Eu pratico MMA, sou apaixonado por esse esporte, não sou apaixonado pelo UFC. O UFC é uma marca, um evento como outro qualquer. Realmente é o que paga melhor, mas existem outros que pagam bem. Eu saí do TUF, um reality show que me jogou na mídia, então não foi tão ruim ter saído. Tenho público, querem me ver lutando. O trabalho tem que continuar sendo feito, não posso parar - declarou Besouro em entrevista com Combate.com
Apesar do lado guerreiro falar mais alto, Besouro reconhece que o ano de 2015 foi repleto de dificuldades, desde lesões até apresentações sem brilho no Ultimate. O brasileiro perde as palavras ao explicar o motivo de ter acertado cotoveladas na nuca de Kiichi Kunimoto na estreia no Ultimate, mas garante estar recuperado para voltar em grande estilo no Shooto.
- Foi ano difícil, duro, ano de aprendizagem. Minha passagem pelo UFC foi bem abaixo daquilo que eu esperava em um grande evento, mesmo tendo vindo de uma cirurgia grave. Sempre fui tido como um futuro campeão do mundo, seja no UFC ou qualquer outra organização. Agora estou batalhando, consertando os erros. Não estava bem preparado, peguei um cara jovem, numa categoria diferente. Estou voltando no Shotoo Brasil, quero competir mais vezes, agora que estou saudável, isso que é o mais importante. É um momento que eu nunca passei na minha carreira, foi a primeira vez que fui nocauteado. Aconteceram coisas que, se você me perguntar, não sei o motivo. Primeira vez que fui nocauteado, vinha de uma desclassificação ridícula, não sei porque fiz aquela besteira com aquele japonês. São coisas que eu não sei te explicar. Mas estou aqui firme, de pé.
O primeiro adversário no retorno ao octógono será Vinícius Bohrer, já completamente estudado por Besouro, que encara a luta como a mais importante da carreira. O lutador não garante a vitória, mas promete empenho máximo para retomar os bons resultados.
- Ele é um cara duro, já enfrentou atletas de minha equipe, o Sérgio Junior e o André Chatuba, hoje do Bellator. Eu o conheço bem, tem a mão pesada, gosta do jogo corpo a corpo, é faixa preta de jiu-jítsu, aluno do Tatá, da TFT. Quero fazer uma grande luta, também venho da luta de solo. Sei o que ele vai fazer, sei o que esperar dele. Quero colocar em prática o que eu treinei, se eu conseguir sei que sou duro para todo mundo. A vitória não posso prometer, mas prometo empenho. Meu coração as pessoas conhecem, sabem qual o meu espírito, minha cabeça. É um evento que me revelou, vamos para a guerra. Minha maior felicidade no momento é estar trabalhando, estar saudável. Essa é a luta mais importante da minha vida. Ninguém pode me parar, não posso morrer na praia e não é assim que eu vou acabar minha carreira. Vou mostrar meu valor e começa agora no Shooto Brasil. Independente da vitória ou derrota, vai entrar um Besouro focado, treinado e bastante inteligente. Respeito o meu adversário, mas é chumbo grosso.
Confira outros trechos da entrevista:
Momento que deixou o UFC
- Tenho mais três anos de carreira, me programei desde criança para aposentar aos 36 anos, tenho que continuar trabalhando. De uma certa forma, saí do UFC no momento não tão ruim em termos de grana, patrocinador. Eu tinha patrocinadores que eles queriam ver a marca sendo exposta. Com a entrada da Reebok, nesse novo contrato (com o UFC), eu não fui demitido em um momento tão difícil, foi até bem brando. Meus patrocinadores continuaram me mantendo e vão ser expostos. Por esse lado foi bom, consegui mantê-los, no UFC você acaba depois de um tempo perdendo, porque não vai ter espaço para lutar com a marca no UFC. Eu tinha duas saídas: ficar chorando, me lamentando, ou colocar a mochila nas costas, continuar meu treinamento como fiz todos os anos. Já tive momentos muito piores, estou saudável. Antigamente não podia revelar isso, era uma cirurgia grave, ninguém iria contratar um lutador machucado. Agora estou saudável e vou para luta. Tenho potencial, acredito no meu talento, no meu trabalho.
Força dos patrocinadores
- Devido a toda essa exposição, graças a Deus o meu patrocinador mais forte, que é a Escola Grande Rio, me manteve. Acabei perdendo um outro patrocínio e eles acabaram cobrindo a oferta. Tenho a Black Punch, que me apoia bastante. Então hoje estou focado só na minha carreira. Tenho três anos pela frente para estar focado, foi isso que planejei para minha vida e assim vou continuar. Aconteceram muitas coisas na minha vida, vi muita gente talentosa desistir, morrer no meio do caminho, se perder ao longo do tempo. Eu não, cara. Essa é minha vida, é isso que eu sei fazer. Sei que sou o campeão do mundo e, mais cedo ou mais tarde, vou provar isso.
Motivação para continuar na carreira
- Continuo trabalhando, não só por mim, mas pelo meu irmão Gugu Dutra, que também não vem muito bem, está vindo de duas derrotas. Isso acaba mexendo com a mente do atleta de uma certa forma. A gente acaba começando a se questionar algumas coisas. Quero retomar, continuar minha carreira, minha vida nesse esporte ainda tem mais alguns anos, tenho três anos, pretendo me aposentar aos 36, para poder mostrar aquilo que eu sou de verdade.
SHOOTO BRASIL 58
18 de outubro, Rio de Janeiro
CARD DO EVENTO:
Kakau Costa x Edi Monster
Wendell Boizinho x Edilson Santos Jr.
Mauricinho Rossi x Willian Ferreira
Rodrigo Bulldog x Rafael Bernardo
Denilson Trator x Alcides Nunes
Thiago Manchinha x Junior Negão
Joaquim Polônia x Glaucio
Dilan x Cabo Job
Elismar Carrasco x Nikolas Motta
Benito Tavares x Giovanni Diniz
Julian Jaba x Roberto Corvo
Adercino de Jesus x Gustavo Gugu
Joilton Peregrino x Luiz Beição
Vinicius Bohrer x Luiz Besouro
Priscila Souza x Luciana Pereira
18 de outubro, Rio de Janeiro
CARD DO EVENTO:
Kakau Costa x Edi Monster
Wendell Boizinho x Edilson Santos Jr.
Mauricinho Rossi x Willian Ferreira
Rodrigo Bulldog x Rafael Bernardo
Denilson Trator x Alcides Nunes
Thiago Manchinha x Junior Negão
Joaquim Polônia x Glaucio
Dilan x Cabo Job
Elismar Carrasco x Nikolas Motta
Benito Tavares x Giovanni Diniz
Julian Jaba x Roberto Corvo
Adercino de Jesus x Gustavo Gugu
Joilton Peregrino x Luiz Beição
Vinicius Bohrer x Luiz Besouro
Priscila Souza x Luciana Pereira
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