Brasileira conta que matchmaker garantiu que ela não será tratada como Miesha Tate, diz que deve lutar em fevereiro e torce por vitória de Joanna Jedrzejczyk no UFC 193
No próximo fim de semana, o cinturão peso-palha do UFC estará em jogo na Austrália. Era para Cláudia Gadelhaestar lá, desafiando a atual campeã,Joanna Jedrzejczyk. Contudo, a lutadora brasileira estava em São Paulo no último fim de semana, como convidada do Ultimate para seu evento na cidade; será a canadense Valerie Letourneau em seu lugar no coevento principal do UFC 193 no próximo sábado.
Uma lesão na mão, sofrida em sua última luta, impediu Gadelha de aceitar a luta contra Jedrzejczyk em novembro. A atleta potiguar, todavia, já está de volta aos treinos sem impedimentos há três semanas, e inclusive estaria em condições de lutar ainda em dezembro, mas vai esperar o UFC 193 após receber uma promessa de que enfrentaria a vencedora da disputa pelo cinturão em seguida.
- Eu queria lutar este ano, mas resolvi esperar pelo UFC, porque querem que eu lute em fevereiro. Me deram fevereiro. Vou estar na Austrália na semana que vem para ver a luta da Joanna e da Valerie, e disseram que quem vencer a luta vai ser minha próxima adversária. Se eu tiver que entrar no octógono para desafiar a campeã, vou entrar. Eu quero que a Joanna vença, pois quero lutar com ela de qualquer jeito - afirmou Gadelha nos bastidores do "UFC: Belfort x Henderson 3", no Ginásio do Ibirapuera.
O desejo da brasileira é explicado pela rivalidade criada entre ela e a atual campeã desde um combate em dezembro de 2014, vencido pela polonesa numa controversa decisão dividida. Jedrzejczyk conquistou o cinturão pouco depois, e Gadelha recebeu a posição de desafiante número 1 quando bateu Jessica Aguilar no UFC 190, em agosto. Ela acabou substituída por Letourneau devido à sua lesão, mas não está preocupada ser vítima do mesmo que aconteceu com Miesha Tate, que, após ter prometida uma disputa de cinturão contra Ronda Rousey, viu a oportunidade ir para Holly Holm, e ouviu o presidente do UFC, Dana White, dizer que não queria vê-la "perder para Ronda pela terceira vez" - as duas já se enfrentaram duas vezes, ambas com vitórias por finalização da atual campeã peso-galo.
- Eu conversei ontem (sexta-feira) com o Sean Shelby (matchmaker das categorias femininas do UFC), e ele até falou para mim, em inglês, "I don't wanna Miesha Tate you" (algo como "Não quero fazer contigo o que fizeram com a Miesha Tate", em tradução livre). O meu caso é totalmente diferente. Miesha perdeu duas vezes e querem evitar a terceira luta. Com a Joanna, é diferente. Ela não me finalizou nem nocauteou, e até ela quer essa luta. É um papo pessoal, precisamos nos resolver. Essa luta vai ter que acontecer.
Apesar de tamanha certeza, a primeira colocada do ranking peso-palha tem outra lutadora em seu retrovisor na divisão: a americana Paige VanZant, sexta colocada. A loura de 21 anos venceu três lutas dentro do UFC e vai encarar a vice-campeã do TUF 20, Rose Namanjunas, em dezembro. Alvo de comentários da lutadora da Team Alpha Male, Cláudia Gadelha a ironizou.
- Ela está vendendo. O UFC quer lutadores que tragam dinheiro para o evento. Ela é bonitinha, dançarina, totalmente diferente das demais, que são mais preparadas fisicamente. Ela até deu uma declaração falando que achava que as lutadoras saradas tomavam anabolizante. Quero ver o que ela vai falar daqui a dois anos, quando ela for uma lutadora profissional. Ela está começando agora, era dançarina, então não vai ter músculo no corpo dela. Daqui a dois anos quero que ela responda a essa pergunta de novo - disparou.
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