Rival de Cris Cyborg já fez sparring com ela e garante: "Não me assustou"

Leslie Smith treinou com brasileira há três anos e acredita que pressão dos 45 mil torcedores em Curitiba não vai influenciar: "Depois que vencer, serão meus fãs"

Adversária de Cris Cyborg na estreia da lutadora no Ultimate, Leslie Smith já conhece a brasileira há algum tempo. As duas treinaram juntas há três anos e, na opinião da americana, este fato foi fundamental para convencer o matchmaker da organização, Sean Shelby, a marcar o confronto para o UFC 198, que será neste sábado, na Arena da Baixada, em Curitiba.

- Foi há três anos quando a Cyborg me chamou para treinar com ela. Fui para a academia dela, ela me cumprimentou, foi muito simpática, me emprestou duas luvas e fomos para dentro do cage. O que é a forma de começar uma sessão de treinamento em um novo lugar. Mas foi uma boa experiência. Todos meus esforços foram totalmente válidos para ser convidada pela mulher número 1 do mundo. Foi incrível e ótimo para a minha confiança. E nos levou para estar aqui e agora, hoje. Para conseguir essa luta eu mostrei para o Sean Shelby uma foto de nós fazendo sparring naquele dia. Eu não sei se ele tinha pensado em me dar a luta até que viu aquela foto. Eu não tinha fechado o acordo. Foi bom para as duas, porque é a estreia dela no UFC, e eu posso lutar aqui - afirmou, no "Media Day" do UFC 198, nesta quinta-feira.

Apesar da máxima das lutas de que treino não se comenta, Smith declarou que, por já ter treinado com Cyborg, sabe que não precisa se preocupar com o peso da mão da brasileira, que é conhecida pelo poder de nocaute. A americana garantiu que isso não será um problema para ela na noite de sábado.

- Sei que não vou ficar assustada porque é isso que fico imaginando, principalmente depois de um período de inatividade. Não que eu tenha tido esse tempo, mas fico imaginando como vou me sentir quando me acertarem. Penso: "Vai ser diferente quando eu levar um golpe dessa pessoa?". Essa é a grande questão que tenho dentro da minha cabeça: como essa luta vai se desenrolar? Mas ela já me acertou e sei que não me incomodou e que não me assustou ou me fez ir embora. Então isso me dá muito mais confiança para enfrentar uma adversária como ela. Depois que eu vencer, eles vão ser meus maiores fãs, então não me importo. Os fãs têm que ter sentimentos e se importar e é por isso que a gente os ama. Porque eles se importam e se emocionam. Não me incomoda. Agora, se os meus companheiros de equipe ou família disserem alguma coisa, a gente vai ter que conversar. Se for pessoas que eu não conheço, vou ficar feliz de eles estarem acompanhando e dando atenção para o esporte. E eu espero que eu possa ser valorizada por eles - disse, acrescentando que crê que uma vitória a deixe perto de disputar o cinturão, mas que recusaria enfrentar a atual campeã, Miesha Tate.

- Eu tenho certeza que vão me colocar na corrida pelo título (se eu vencer). Eu não lutaria contra Miesha Tate pelo título porque foi ela que fez as ligações para me colocar no UFC e sei disso porque Sean Shelby me disse que se não fosse por ela eu não estaria no UFC. Não lutaria contra ele e sinto que ela vai ser dona do cinturão por um longo tempo, mas eu sinto que isso vai me colocar lá no topo do escalão - analisou, com empolgação que contrasta com o cartel irregular de oito vitórias, seis derrotas e um empate, sendo dois triunfos e dois reveses desde que foi contratada pelo Ultimate.

Outro ponto positivo visto pela otimista lutadora foi o peso. Peso-galo (até 61kg) de origem, ela aceitou o duelo contra Cyborg, que é peso-pena (até 66kg), em peso combinado até 63,5kg. De acordo com Smith, isso a deixará mais forte para a luta e ajudou a diminuir o risco de lesões durante a sua preparação.

- Significa que eu pude comer muita comida, foi ótimo. Eu tenho comido muito. Ainda tenho que perder peso para perder, até porque Cyborg é grande. Então eu quero ter certeza que vou ter mais peso e vou poder me reidratar e voltar em alto nível. Significa que eu pude aprender, absorver e melhorar dia após dia de uma maneira que eu nunca fiz antes. Significa que eu fiz um dos melhores camps da minha vida porque eu não estou com fome, me lembro de tudo e não estou irritando os meus treinadores fazendo os mesmos exercícios que fazemos várias vezes. Isso está sendo bem legal. Lutar em 63,5kg, para resumir, significa que eu vou mais forte e mais mentalmente atenta e sem lesões, porque eu tenho uma quantidade maior de preenchimento - concluiu.

O UFC 198, neste sábado, está previsto para começar às 19h (horário de Brasília), com a primeira luta do card preliminar. O Combate.com fará a transmissão em tempo real do UFC 198 com todos os detalhes, e o Combate transmitirá todas as lutas ao vivo.

UFC 198
14 de maio de 2016, em Curitiba (PR)
CARD PRINCIPAL (a partir de 23h de Brasília):
Peso-pesado: Fabricio Werdum x Stipe Miocic
Peso-médio: Ronaldo Jacaré x Vitor Belfort
Peso-casado (até 63,5kg): Cris Cyborg x Leslie Smith
Peso-meio-pesado: Mauricio Shogun x Corey Anderson
Peso-meio-médio: Warlley Alves x Bryan Barberena
CARD PRELIMINAR (a partir de 19h30 de Brasília):
Peso-meio-médio: Demian Maia x Matt Brown
Peso-médio: Thiago Marreta x Nate Marquardt
Peso-galo: John Lineker x Rob Font
Peso-meio-pesado: Rogério Minotouro x Patrick Cummins
Peso-leve: Francisco Massaranduba x Yancy Medeiros
Peso-meio-médio: Serginho Moraes x Luan Chagas
Peso-pena: Renato Moicano x Zubaira Tukhugov

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