Brasil já tem seis eventos do UFC sem vitórias em 2016 e faz ano negativo

País saiu zerado em 42,8% dos eventos do Ultimate no ano, sendo quatro torneios com dois ou mais representantes em ação. Retrospecto fora do país é de 15V-26D

Há alguns anos, desde que Anderson Silva perdeu o cinturão dos pesos-médios do UFC, se fala em má fase do MMA brasileiro. O ano de 2016, contudo, representa o pior momento dos atletas do país no Ultimate. O Brasil tem aproveitamento de apenas 45% (23 vitórias e 28 derrotas) em lutas contra atletas estrangeiros desde 1º de janeiro, e fez seis eventos da companhia sem vencer nenhuma luta, sendo quatro deles com dois ou mais representantes do país no card.

Para efeito de comparação, em 2015, o Brasil passou em branco em 10 de 39 eventos do UFC em que teve ao menos um representante (não houve brasileiros em dois torneios), 25,6%, mas em apenas metade desses eventos zerados, cinco, houve mais de um brasileiro em ação. Até junho, eram apenas quatro torneios sem vitórias do Brasil, e apenas um card com dois ou mais brasileiros, o "UFC: Henderson x Thatch", que teve dois atletas derrotados (Michel Trator e Rodrigo Monstro). Em 2016, já são quatro cards com dois ou mais lutadores em que o país sai zerado, sendo um torneio com cinco derrotas ("UFC: Cowboy x Cowboy", 21 de fevereiro, em Pittsburgh, EUA) e um com quatro derrotas ("UFC: Almeida x Garbrandt", no último domingo, em Las Vegas, EUA). O UFC realizou 14 eventos neste ano, e houve ao menos um brasileiro em todos eles, o que significa que o país saiu zerado em 42,8% dos torneios.

Mergulhando nos números, é possível ver algumas tendências. Se o aproveitamento de 23-28 em 2016 é ruim, seria ainda pior sem as oito vitórias de brasileiros no UFC 198, em Curitiba, no último dia 14 de maio. Descontado o único torneio disputado em território nacional no ano, o retrospecto do Brasil despenca para 15 vitórias e 26 derrotas. Os maiores responsáveis pelo desempenho ruim são os americanos, que venceram 19 lutas contra brasileiros e perderam apenas 13; descontando o UFC 198, a vantagem dos lutadores dos EUA salta para 17-6.

O cenário adiante oferece uma chance de recuperação para o Brasil no início de julho, quando 15 lutadores do país entram no octógono num espaço de três dias em Las Vegas, incluindo quatro disputas de cinturão. A má notícia para eles, contudo, é que a "capital mundial de lutas" não tem sido muito boa anfitriã para os brasileiros: são apenas três vitórias e 10 derrotas em 2016 até aqui, incluindo os quatro reveses do último domingo.

Confira a lista dos eventos do UFC em que o Brasil saiu zerado em 2016:

UFC 195, 2/1 - 1 lutador, 1 derrota (Diego Brandão x Brian Ortega)
UFC: Hendricks x Thompson, 6/2 - 1 lutador, 1 derrota (Rafael Feijão x Ovince St-Preux)
UFC: Cowboy x Cowboy, 21/2 - 5 lutadores, 5 derrotas (Alex Cowboy x Donald Cerrone, Roan Jucão x Derek Brunson, Augusto Tanquinho x Cody Garbrandt, Daniel Sarafian x Oluwale Bamgbose, Leonardo "Leleco" Guimarães x Anthony Smith)
UFC: Silva x Bisping, 27/2 - 2 lutadores, 2 derrotas (Anderson Silva x Michael Bisping, Thales Leites x Gegard Mousasi)
UFC: Overeem x Arlovski, 8/5 - 3 lutadores, 3 derrotas (Antônio Pezão x Stefan Struve, Francimar Bodão x Nikita Krylov, Yan Cabral x Reza Madadi)
UFC: Almeida x Garbrandt, 29/5 - 4 lutadores, 4 derrotas (Thomas Almeida x Cody Garbrandt, Renan Barão x Jeremy Stephens, Vitor Miranda x Chris Camozzi, Alberto Uda x Jake Collier)

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