Escolhida por Cyborg em treino aberto, fã-mirim sonha: "Quero ser igual a ela"

Cris Cyborg sobe meia dúzia de degraus que dão acesso ao tatame montado em um palco montado no Pavilhão do Estacionamento da Arena da Baixada, em Curitiba. A lutadora, que encara Leslie Smith no sábado, pelo UFC 198, aquece ao lado dos companheiros de equipe. Mostra suas habilidades, recebe o carinho do público e decide escolher alguém para treinar com ela. Na primeira fila, uma menina com uma faixa inscrita com o nome da lutadora é apontada por Cyborg. Os seguranças ajudam a garota a passar por cima da grade que separa o público. Ela mal acredita - e a mãe, que a levou, menos ainda.

A sortuda desta quarta-feira atende pelo nome de Pollyana Miller. A torcedora-mirim, de 13 anos, calçou as luvas e, mesmo de calça jeans, demonstrou desenvoltura. Pudera: ela treina jiu-jítsu, muay thai e boxe. É fã inveterada de Cris Cyborg, a quem tem como espelho. A conterrânea é tudo o que a menina quer ser quando crescer.

- Comecei a treinar por causa do meu pai. Ele fazia academia e eu queria treinar, só que não podia. Ele passou sequência para fazer em casa. Treinava em casa, fazia boxe, que é o que eu mais gosto, mais do que muay thai. Eu vi um vídeo da Cris e falei: Nossa, quero ser igual a ela. Faz tempo isso. Ela é minha inspiração. Deu vontade de chorar quando ela me chamou - diz Polly, com a timidez típica da idade e uma camisa personalizada com seu apelido.

Cristina Miller, mãe de Pollyana, parecia mais feliz até mesmo do que a filha. Na realidade, ela estava emocionada. A curitibana não conseguiu comprar ingressos para levar a filha ao UFC 198 no sábado e, por isso, decidiu utilizar o treino aberto como alento. O programa, na realidade, virou uma recordação inesquecível.

- Não consegui o ingresso. Quando fomos ver, estourou. Como não conseguir fazer isso pela minha filha, disse: "Vamos no treino aberto, na pesagem". Mas o ingresso não consegui. Quem sabe a gente não consegue nos próximos dias. Vamos ver.

Cris Cyborg e Pollyana no treino aberto do UFC 198: público acompanhou de perto os movimentos (Foto: Jason Silva)

A mãe de Pollyana sabe bem da admiração da filha pela lutadora do UFC, que estreia na organização justamente na capital curitibana, e exalta a simplicidade da atleta, atenciosa com os fãs de MMA.

- A minha filha acompanha a Cris há muito tempo. Ver a Cyborg retribuindo o carinho pelos fãs é muito lindo. Vou amá-la cada vez mais. Mesmo se não fosse pela minha filha, é muito legal ver a atenção que ela dá ao público. Tem gente que quando está lá em cima nem dá atenção. Mas ela não, nunca deixa passar despercebido. Por isso, aqui em Curitiba todos têm muito respeito por ela, todos adoram a Cris Cyborg.

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