Translate

Pesquisar noticias

quinta-feira, 7 de julho de 2016

OPINIÃO: corte de Jon Jones é vitória para UFC e seu programa antidoping

Num momento em que compromisso da companhia com esporte era questionado, exame positivo de maior astro do UFC 200 prova que ninguém está acima da lei


Jon Jones x Daniel Cormier - UFC 182 (Foto: Getty)
É difícil de ver isso neste momento. Um card construído para ser o maior da história do UFC, com expectativas de quebrar recordes de audiência, bilheteria e vendas, perde seu principal astro, o nome que está na marquise, a dois dias do evento. Dezenas de materiais promocionais que precisam ser refeitos, em alguns casos, em menos de 24 horas; potencialmente centenas ou até milhares de fãs que podem desistir de comparecer à nova T-Mobile Arena no sábado e pedir reembolso de seus ingressos; o recorde de audiência em pay per view tornado improvável pela diminuição do interesse do fã médio.

Porém, apesar de tudo isso, o repentino corte de Jon Jones doUFC 200, devido a uma potencial falha em exame antidoping fora de período de competição, é uma vitória para o Ultimate. É uma amostra da seriedade da companhia e de seu compromisso com um esporte limpo de drogas de aumento de rendimento, num momento em que sua posição entre competição e entretenimento vem sendo bastante questionada.

A Agência Antidoping dos EUA (Usada, na sigla em inglês) foi contratada pela Zuffa, empresa que detém os direitos do UFC, justamente com essa missão após a companhia ser severamente criticada por revelar exames antidoping positivos tanto de Jon Jones quanto de Anderson Silva dias após suas lutas. "Por que não anunciaram antes? Por que permitiram aos dois lutar?", questionaram os críticos, que acusaram a promoção de colocar o lucro acima da competição limpa e justa. A Usada, disseram os dirigentes da Zuffa, teria autonomia total para testar seus lutadores a qualquer momento e puni-los caso fossem flagrados com substâncias proibidas, o que também foi recebido com ceticismo pela imprensa.

Quer amostra maior de que a Usada e o UFC falavam sério do que o corte do melhor lutador peso por peso do mundo, a dois dias de sua maior luta na carreira e do maior evento da história da companhia? A notícia é uma prova que a nova política antidoping não escolhe lutador, não importa seu status, nem protege eventos capitais do Ultimate. O timing da notícia também é paradoxalmente oportuno: há poucas semanas, muitos questionavam a decisão da companhia de livrar Brock Lesnar, ex-campeão peso-pesado que anunciou no mês passado seu retorno de aposentadoria para reforçar o UFC 200 e enfrentar Mark Hunt, de um protocolo que exigia um aviso prévio de quatro meses em caso de retornos de aposentadoria para que ele fosse testado apropriadamente pela Usada. A exceção criada para Lesnar soou mal, mas o exame positivo de Jones recupera a confiança na seriedade do programa.
O fato de o UFC ter um plano B capaz de segurar o card frente a esta imensa perda também é uma amostra do crescimento da companhia. Há pouco menos de quatro anos, o UFC 151 foi cancelado porque o card não tinha nenhuma luta capaz de sustentar a venda de ingressos e de pacotes de pay per view após Jon Jones recusar Chael Sonnen como substituto de última hora de Dan Henderson, seu adversário, lesionado menos de duas semanas antes do evento. É verdade que o UFC 200 está repleto de talentos também pela simbologia do número, mas não deixa de ser uma prova de que a promoção aprendeu a se planejar melhor para esses "desastres" de última hora. O card tem pelo menos quatro lutas capazes de ser o evento principal em qualquer evento numerado, e mais outras tantas que seriam a principal em eventos menores. Perder Jon Jones certamente traz prejuízo, mas não derruba o torneio.

Quanto ao rigor dos exames antidoping, essa é outra discussão, que é necessária e pode até ganhar força dependendo da revelação de qual substância que Jon Jones usou. Todavia, o fato é que a percepção do UFC e da Usada junto a investidores e críticos melhora com este anúncio.

O legado de "Bones", ironicamente sua maior preocupação em suas últimas declarações, é o maior perdedor da história toda. Um lutador que parecia destinado a ser o melhor de todos os tempos agora encara uma potencial suspensão de dois a quatro anos - punição prevista a atletas flagrados com substâncias proibidas fora do período de competição - que essencialmente vai tirá-lo de ação justamente no auge de sua carreira. Ainda não sabemos qual foi a substância - Jones deve dar mais detalhes do caso numa coletiva de imprensa nesta quinta-feira - mas está praticamente descartado que tenha sido pego novamente com cocaína ou outra droga de abuso, já que estas não são proibidas em período fora de competição. Mesmo assim, a percepção do público médio, que só vê as manchetes e não vai ouvir as explicações do lutador, vai ficar de que Jones é um viciado, trapaceiro e mentiroso. Afinal, ele passou os últimos seis meses tentando nos convencer de que era um "novo homem, sóbrio, recuperado do terrível vício em maconha (!!!) e mais sincero". Como acreditar nele novamente? Eu vou dar o benefício da dúvida e esperar suas declarações, mas entendo que o público não vai ser tão benevolente.

Um comentário:

  1. Easily Boost Your ClickBank Banner Traffic And Commissions

    Bannerizer made it easy for you to promote ClickBank products using banners, simply visit Bannerizer, and grab the banner codes for your selected ClickBank products or use the Universal ClickBank Banner Rotator to promote all of the ClickBank products.

    ResponderExcluir